Novo PGR

Augusto Aras não pode nomear procuradora que redigiu pedido de impeachment de Gilmar Mendes, diz Humberto

 
Um dia depois de ver a Lava Jato sofrer duros golpes na Justiça e na imprensa por conta de suas ilegalidades, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), declarou que está claro para toda a sociedade brasileira que a operação se transformou num vale-tudo determinado a perseguir desafetos e que os envolvidos não podem ficar impunes, como está acontecendo.
 
Para o senador, a decisão da Justiça em São Paulo de rejeitar uma denúncia da Lava Jato contra Lula e a revelação do Intercept/UOL de que uma procuradora da força-tarefa redigiu um pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes se somam as incontáveis denúncias que estão vindo à tona.
 
“Ontem, foi um dia difícil para a Lava Jato, que sofreu um outro duro revés ao ser desmascarada pelo Judiciário paulista. A Justiça sequer recebeu a denúncia feita pelo braço da operação naquele estado que, agindo mais uma vez de forma criminosa, tentou envolver o presidente Lula e seu irmão, o Frei Chico, em uma acusação de corrupção passiva”, comentou.
 
Ele avalia que a Lava Jato fez isso porque está em agonia e sem respeito e porque quer manter vivo o seu debate político-ideológico reacendendo a perseguição contra a Lula. O juiz da 7ª Vara Federal Criminal em São Paulo sequer recebeu a denúncia, pois a considerou inepta e desprovida de bom senso, “lastreada em interpretações e um amontoado de suposições”.
 
“Além disso, ontem, a imprensa mostrou também que a procuradora da República Thaméa Danelon se passou ao papel de um advogado para redigir uma peça de impeachment contra um ministro do STF. E fez isso com o conhecimento e a empolgada aprovação do chefe, o procurador Deltan Dallagnol, que vibrou com o papel a que ela se prestou e dividia com ela a certeza da ilegalidade e imoralidade do que praticavam”, disparou.
 
No entendimento do parlamentar, o subprocurador Augusto Aras, indicado ao cargo de procurador-geral da República, tem a obrigação moral de revisar o anúncio já feito de que a nomearia para chefiar a força-tarefa da Lava Jato em seu eventual gabinete na PGR.
 
O líder do PT acredita que essa nova denúncia fulmina qualquer possibilidade de nomeação de Thaméa, tendo em conta as evidências de ilegalidade na conduta da procuradora e a investigação que ela terá de enfrentar no Conselho Nacional Ministério Público com eventual sanção aos seus atos.
 
“É mais um escândalo que se agrega à ficha desses procuradores, e que a nossa bancada está levando, em forma de representação, ao CNMP para que abra uma investigação sobre a conduta notadamente ilegal de Deltan Dallagnol e Thaméa Danelon”, afirmou.