Defesa de prefeito afastado de Camaragibe alega "insanidade" para justificar crimes

Foto: Felipe Ribeiro/Arquivo Folha

A defesa do prefeito afastado de Camaragibe, Demóstenes Meira (PTB) alegou em seu pedido de Habeas Corpus que o gestor sofria de “transtorno bipolar, em estado de euforia”.

Em um dos trechos, os advogados de Meira, na tentativa de descaracterizarem o crime de lavagem do dinheiro obtido por meio dos subornos recebidos de outros membros da organização criminosa, também presos, afirmam que “devido ao seu transtorno bipolar, quando em estado de euforia, o Paciente acreditava que poderia comprar bens móveis e imóveis, e logo depois, na mudança do seu estado de ânimo, verificava a impossibilidade de pagamento e devolvia os bens, sem os adimplir integral ou parcialmente. A situação, Exa., está muito mais a um transtorno psiquiátrico do que para a verificação do tipo de lavagem de ativos.
Print do trecho da petição inicial do HC nº 517562 / PE (2019/0182218-0)
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O pedido de prisão e afastamento de Demóstenes Meira seria porque, apesar de ter como renda valor inferior a 18 mil reais, correspondente ao subsídio de Prefeito, Meira teria adquirido, no decorrer do mandato, imóveis de luxo, carros importados e distribuído dinheiro e carros entre integrantes de seu grupo político, obtidos com recursos ilícitos, fruto de propina recebida de comparsas que eram beneficiados com licitações fraudulentas e contratos superfaturados.
Mas para a defesa, nada passou de um “surto maníaco” de um homem que sofre de transtorno Bipolar.
Se a oscilação de humor de Meira é a causa dos seus crimes, como alegado por sua defesa, não poderá nunca mais retornar à Chefia do Executivo de Camaragibe, pois Bipolaridade não tem cura, apenas controle por meio de tratamento medicamentoso que Meira se recusa a fazer, conforme revelado por sua ex-esposa e por sua filha em depoimento à DRACO.
Fonte: Blog de Noelia Brito