O STF desgasta ainda mais a si próprio

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Sofrendo um grande processo de desgaste construído lentamente ao longo dos anos, o Supremo Tribunal Federal protagonizou mais um episódio embaraçoso. O ministro Alexandre de Moraes determinou a retirada de matérias em veículos de informação que criticassem o presidente do colegiado, Dias Toffoli. Logo após, também foi determinada a suspensão das redes sociais de pessoas envolvidas com ataques à imagem do mesmo. Antes visto como bastião moral e resguardo das instituições democráticas, o STF passa ao povo apenas a imagem de que os ministros estão mais interessados nas próprias vaidades que em ajudar o país. Durante o período de atuação do ex-ministro Joaquim Barbosa, houve um apaziguamento da situação e a confiança no órgão por parte das pessoas se manteve em níveis aceitáveis. Entretanto, com o desgaste em diversas situações protagonizadas por Gilmar Mendes e outro ministros, o envolvimento com temas polêmicos e a defesa de agente políticos altamente rejeitados por todo o país atrapalharam a imagem do Supremo. Outro ministro já fustigado em diversos momentos dentro do colegiado foi Marco Aurélio Melo, como em dezembro de 2018, quando decidiu por suspender a possibilidade de prisão após segunda instância, caso que poderia beneficiar o ex-presidente Lula(PT), preso há pouco mais de um ano pela Polícia Federal. Em tempos de politização do Judiciário e de judicialização frenquente da política, o Supremo Tribunal Federal contribui para a sensação de descompromisso da esfera pública para com as pessoas. Felizmente, ainda há tempo de reverter a situação através da retratação dos agentes envolvidos e o fim dos atritos com o Legislativo e o Executivo, além dos atritos internos no próprio Judiciário. O STF pode, enfim, funcionar como o pontapé inicial para acabar com a crise institucional instaura há anos no Brasil.

Sem dinheiro – Após ter seus bens bloqueados e ser preso provisoriamente pela Polícia Federal, o ex-presidente Michel Temer(MDB) confidenciou a aliados que estava com dificuldades para cobrir gastos pessoais e dos seus dependentes. Segundo uma fonte em reserva, Temer estaria vivendo à base do cheque especial.

Desgaste – O governo federal deve decidir ainda este ano se continua ou adapta a política de ajustes do salário mínimo. Foi divulgado em portais de comunicação esta semana que o ministro da economia, Paulo Guedes, havia decidido por reajustar o valor somente pela inflação, sem possibilitar o ganho real. Em se confirmando a medida, pode ser uma fonte ainda maior de desgaste para o presidente Jair Bolsonaro(PSL) porque uma grande quantidade de brasileiros recebe entre um e dois salários mínimos por mês, especialmente na região Nordeste.

Caminhoneiros – Outra dor de cabeça para o governo federal tem sido a relação com os caminhoneiros. Temendo uma nova greve que paralisou o país durante uma semana e provocou milhões de reais de prejuízo para empresas, representantes da gestão estão tendo muito cuidado no trato com a classe. Mesmo assim, o aumento no valor comercial do diesel pode ensejar novas rusgas envolvendo estes trabalhadores.

Impeachment – O vice-presidente Hamilton Mourão(PRTB) está muito tranquilo quanto ao pedido de impeachment protocolado na Câmara pelo deputado federal Marco Feliciano. Segundo ele, o texto não passa na Casa e, se passar, não terá problemas em retornar à casa de praia onde morava antes de janeiro.