O desafio de João Campos

Eleito deputado federal com 460.387 votos, João Campos conquistou uma grande vitória política e eleitoral em 2018. O resultado trouxe ao jovem deputado uma significativa representatividade mas também uma grande responsabilidade a partir de então. Está evidente que por ser filho do ex-governador Eduardo Campos, falecido em 2014, João será uma vitrine do PSB para eleições futuras em Pernambuco, inclusive majoritárias, e a partir de agora o herdeiro de Eduardo terá seus passos milimetricamente  acompanhados pela mídia e pelos seus adversários.

Na formação do secretariado de Paulo Câmara, havia a expectativa que João Campos pudesse ser anunciado auxiliar do governador, fato que não se confirmou, e ficou a certeza que ele exerceria o mandato na Câmara dos Deputados. Pois bem, é indiscutível que em Brasília um deputado somente se destaca se for líder do seu partido, presidente ou relator de comissões ou integrante da mesa diretora da Câmara dos Deputados, posições que João Campos a principio não ocupará, então ele terá que se diferenciar para ser notado.

Um exemplo de diferencial foi o deputado optar por fazer uma seleção pública para formar a equipe do seu gabinete. Ele anunciou esta decisão, já tomada por outros deputados de outras regiões do país, que lhe diferencia dos demais colegas que foram eleitos ou reeleitos em Pernambuco. Mas isso está longe de ser suficiente, uma vez que ele terá que mostrar aos pernambucanos que valeu a pena cada um dos 460.387 votos recebidos no ano passado.

Uma vertente que pode ser adotada por João Campos é a apresentação de projetos que resultem em melhoria do problema hídrico do Nordeste, apoiando as medidas do governo Bolsonaro para esta área, uma vez que a água foi uma das suas bandeiras de campanha. O fato é que pelos próximos quatro anos, João Campos será muito exigido pelos eleitores, já que a quem mais é dado mais é cobrado.

Líder – Além do deputado Isaltino Nascimento (PSB), que ainda almeja uma vaga na mesa diretora da Assembleia Legislativa de Pernambuco, o nome do deputado Tony Gel (MDB) vem surgindo como uma possibilidade para ser o líder do governo Paulo Câmara na Casa Joaquim Nabuco. Tony é um aliado disciplinado do governador e se for escolhido representará o governo à altura na Casa.

Andando – O deputado Francismar Pontes (PSB), aspirante ao cargo de primeiro-secretário da Assembleia Legislativa de Pernambuco, tem sido intenso nas movimentações em busca de votos para a disputa do dia 1 de fevereiro. No sétimo mandato legislativo, quatro como vereador e três como deputado, Francismar acha que chegou a sua vez de integrar a mesa diretora da Casa Joaquim Nabuco.

Silvio Costa – Sem mandato a partir de fevereiro, o deputado Silvio Costa guarda a sete chaves o seu futuro político. Ele foi candidato ao Senado e obteve mais de 700 mil votos. Apesar de não ter sido eleito, conseguiu eleger os filhos João Paulo Costa deputado estadual e Silvio Costa Filho deputado federal.

Empetur – Sem comando desde que o secretário de Turismo, Rodrigo Novaes, foi oficializado no posto, a Empetur poderá ser presidida por um nome indicado em conjunto pelos deputados Romário Dias e Joaquim Lira, ambos do PSD, partido de Rodrigo. O ex-vereador José Neves teve seu nome lembrado para o posto por Romário, mas nada definido sobre a indicação.

RÁPIDAS

Força – O grupo político liderado pelo deputado estadual Gustavo Gouveia e pelo prefeito de Paudalho, Marcelo Gouveia, deverá conquistar um grande protagonismo nas eleições municipais de 2020 na Mata Norte. Praticamente todos os municípios da região terão influência direta da atuação política da família Gouveia.

PP – O deputado estadual Clovis Paiva assumirá a liderança do PP na Assembleia Legislativa de Pernambuco. A bancada do partido tem dez parlamentares e é a segunda maior da Casa Joaquim Nabuco.

Inocente quer saber – Aglaílson Victor tem mais votos que Simone Santana na disputa pela primeira vice-presidência da Alepe?