“Votar nulo ou em branco desconstrói a democracia e favorece o político corrupto"

Luciano Pacheco, candidato a Deputado Estadual pelo PROS, é advogado criminalista e foi um dos convidados para o Meeting Jurídico, organizado pela Advogada Patrícia Barbosa, cujo tema foi “Fake News: como sobreviver nas eleições?”. Além de participar do evento, Pacheco conversou com o Portal sobre esse e outros temas envolvendo o atual cenário político.

Ainda existe uma grande confusão com notícia falsa e fake news. “Fake News não é apenas uma mentira; é fake news quando há uma intenção dolosa de causar prejuízo a alguém”, enfatizou Luciano Pacheco. Apesar de o termo fake news ser novo, a notícia falsa sempre existiu.

“Exerci, por vinte anos, cinco mandatos de Vereador em Arcoverde/PE. Em 2004 eu era candidato à reeleição. Então ocorreu algo comigo que eu acho que vai ocorrer muito nessa campanha, e vai acontecer lá no final, nos comícios de encerramento. Uma Vereadora, minha adversária, criou uma notícia falsa: num comício de encerramento uma moça foi baleada e morreu. A Vereadora espalhou que o meu pessoal, junto comigo, é que tinha matado a moça. Toda a minha equipe foi para a Delegacia prestar depoimento. Foi tudo esclarecido e desmentido, mas quantas perdas eu tive como candidato ali?”, declarou Pacheco. “Quando houver um comício de encerramento, vocês verão a quantidade de notícia falsa que haverá, e que não vai dar tempo de desmentir”, acrescentou o Canditado.

Luciano ainda nos falou que em 2008, outro exemplo do perigo de uma mentira em forma de notícia. “Um rapaz atropelou duas moças no bairro de São Cristóvão, em plena campanha eleitoral. As duas morreram, e uma delas estava grávida. O rapaz foi preso, mas posteriormente foi solto após arbitrada a fiança pelo delegado. Um adversário meu espalhou que fui o advogado do rapaz. Eu estava em Triunfo, num congresso de Vereadores, quando soube que havia uma passeata enorme na cidade, com familiares e políticos, com carro de som, me xingando porque eu havia soltado o rapaz. Eu liguei para o comandante do batalhão pedindo apoio porque soube que o pessoal iria para a minha residência destruir tudo, e não tinha ninguém em casa. Pedi que enviassem uma viatura para minha casa para tentar proteger. Nas minhas últimas eleições tenho deixado uma equipe de plantão na internet para rebater essas situações. Isso é exemplo de Fake News”, nos contou Luciano Pacheco.

Segundo dados publicados em um seminário sobre fake news ocorrido no Senado Federal neste mês de agosto, 70% das notícias compartilhadas pelas redes sociais é falsa. Pacheco acredita que, apesar do perigo que as fake news representam, há que se fazer diferença entre alguém que repassa uma informação pelo simples impulso de compartilhar, e as pessoas que agem com dolo. Para uma má informação, que se aumente a informação – foi o que concluiu o referido debate no Senado. “Precisamos ser formadores de opinião começando dentro de casa, com a família. Só sabe o quanto é nocivo quem é vítima”, acrescentou o candidato.

Sobre outros aspectos da Política – entre eles o registro da candidatura do ex-presidente Lula. “Há um cálculo matemático aí. Os recursos vão se esticar até o dia 17 de setembro. O cálculo envolve julgar recurso, resposta, agravo, embargo. Depois que tiver feito a campanha, irão substituir o candidato nos últimos dias. Lula vai permanecer candidato até mais ou menos 17 de setembro. O guia eleitoral em grande parte já está gravado. As aparições, as visitas, os eventos, tudo faz parte do guia eleitoral dele. Quem está em casa vai achar que ele está realmente lá em São Paulo, Rio de Janeiro, etc”, esclareceu Luciano Pacheco.

Um outro ponto importante da conversa de Pacheco com o Portal de Prefeitura foi sobre Reforma Política. Dentro deste tema, ele fez questão de salientar que é contra o que chamou de Nepotismo Político. Ele disse o seguinte: “Tem família em Pernambuco, em que um é Senador, o filho é Deputado Federal, o outro é Estadual e o cara é Prefeito. Se um tem um cargo público, ninguém mais da sua família pode ter. E uma pessoa com uma prefeitura na mão, será que não tem dinheiro para fazer política, será que ele elege um Deputado Estadual ou não? Não tem o nepotismo do emprego? Tem o nepotismo do cargo também”.

Ainda no quisito Reforma Política, Pacheco falou sobre a corrupção envolvendo compra de votos. O político acredita que, apesar de órgãos serem criados para cumprir a Lei, muitas vezes não detém o poder de cumpri-la. “O que um Promotor faz no dia da eleição? Ele se tranca dentro de um gabinete, com dois policiais na porta e fica esperando que alguém vá lá fazer alguma denúncia. Na minha opinião era para pegar metade do policiamento à paisana e colocar na rua, como o eleitor comum. Quando alguém viesse abordar para a compra de votos, o policial se identificaria e prenderia o indivíduo em flagrante delito. Os Promotores podem até ter boa vontade, mas é necessário mais do que isso”. Explicou Luciano Pacheco.  

Para finalizar, Pacheco fez questão de pontuar a importância do voto consciente. Há algum tempo tem circulado uma fake news dizendo que, ao votar nulo ou em branco, dependendo do quociente de votos, a eleição pode ser anulada.  Sobre o assunto, Luciano Pacheco fez questão de dizer o seguinte: “Votar nulo ou em branco desconstrói a democracia e favorece o político corrupto, além de não invalidar a eleição de nenhuma forma. Não anule seu voto. Vote consciente”