Priscila Krause declara: "Quem promete perfeição são os regimes totalitários. A democracia promete um processo de evolução contínuo"

Priscila Krause, deputada estadual pernambucana pelo DEM, acredita que o país está num momento crucial de afirmação da política enquanto atividade transformadora. Essa realidade pode ser transformadora para o bem ou para o mal, dependendo de quem opera esse instrumento. Citando Max Weber, a deputada disse o seguinte: “Não existe a boa e a má política, e sim, a política e a não-política. Muitos dizem que a política é da sua porta para fora. Dizem que discutir política não tem nada a ver. Tem, sim, tudo a ver. Você é um agente transformador da política, num dado momento, através do voto, e em outros momentos, através da cidadania.”

A deputada comparou as redes sociais à Ágora grega, que era um espaço público na Grécia Antiga, aonde a população se encontrava para discutir assuntos variados. E ainda sobre a internet, Priscila nos falou sobre o conceito de Cyber-cidadania, que é o cidadão usando a internet para se manifestar de forma a ser ouvido mais claramente por seus representantes. Sobre esse novo tipo de expressão da cidadania, a parlamentar declarou: “Hoje a gente tem duas ruas. A física, que é aonde a gente trafega, aonde a gente viu manifestações pelo impeachment da presidente e outros tipos de manifestação pública. Mas temos também a rua virtual. Quando alguém se reúne para fazer um protesto, por exemplo, você pode ter a adesão de cinco mil pessoas. Aí você chega na rua física e constata umas 50 pessoas no protesto na rua física. Você pode dizer que não adiantou nada, que os insatisfeitos foram só os 50. Não! Na verdade há cinco mil insatisfeitos”.

Ao falar sobre pessoas que  pedem votos, justificando que não são políticos, Priscila chamou essa atitude de contrasenso. “Eu morro de medo desse discurso anti-político. Vote em mim porque eu não sou político. Se você não fosse político você não estava pedindo voto. Isso é uma contradição muito grande. É um discurso absolutamente falacioso. Agora, você é um ente político que usa a política como um meio de transformação ou a exerce como um fim para benefício?”, completou Krause.

Sobre as eleições de outubro de 2018, a parlamentar revelou alguns temores. Ela contou que teme os extremos, pois eles são iguais, mas usam desculpas diferentes. “Quem promete perfeição são os regimes totalitários”. Eles prometem a igualdade e o igualitarismo entre as pessoas. A democracia, não. Ela promete um processo de evolução contínuo, com o exercício de erros e acertos que dependem da participação de todos. Assim, chegaremos mais perto possível de uma representação mais fiel possível da pluralidade social”, nos disse a deputada. A parlamentar finalizou dizendo que a vida é cheia de nuances, e não, um arco-íris de duas únicas cores. “A vida é cheia de nuances. Não dá, nas relações políticas, para a gente ignorar essas nuances. Isso não significa falta de posicionamento. Significa largueza de visão”, concluiu Priscila Krause.

Como a gente vai enfrentar a eleição de 2018 com o que está posto aí. Como vamos discutir seria e profundamente assuntos que são polêmicos por natureza mas que estão permeando as nossas vidas. Você esquece o indivíduo e faz dele a razão de uma guerra política.